terça-feira, 23 de novembro de 2010

A chuva e O lago

Beija-me,
Doce chuva que me olhas
Procura-me,
Por entre os sorriso que te lanço
Não olhes para mim,
Entra na minha alma
Conhece-me por dentro
Vive aquilo que me faz sorrir
Abraça o que me faz chorar
Deixa que eu olhe para ti
E eu te deixarei ver o meu mundo
Com os meus olhos

Deita-te comigo,
Nesse riacho onde eu quero viver
Sobreviver entre as marés
Sobre as margens ver as nuvens
Debaixo das águas o por do Sol.

Senta te comigo
Seremos eternos.

sábado, 20 de novembro de 2010

O salto

Sento-me na varanda da minha imaginação
E vejo a paisagem cheia de memórias
Os dias em que eu abraçada a ti chorei
Nesses dias onde as lágrimas
Voltaram a jorrar rios irmãos
Vejo os dias onde juntos nos rimos
Por vezes pelas guerras verbais
Que teimavam em sair em direcção ao outro
Nunca magoaram, mas algumas feriram.
Vejo os dias onde caminhamos juntos
Sem rumo
Apenas em estradas paralelas...
Dois sonhos, duas vidas
Que apenas se cruzaram uma vez
E pelo pacto nasceu
Para por ele morrer...

Hoje, nessa mesma varanda
Subo para as grades e sinto pela última vez a brisa
Fecho os meus olhos e enquanto salto
A minha alma pela minha boca diz:

Até algum dia meu amor.


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Um simples desabafo

Por cada passo que dou,
Sinto a minha alma mais confusa
Perco o equilíbrio
Numa embriagues de sentimentos
Onde quem amo me deixou de amar
Onde quem eu adoro, não me procura

Onde a rosa que beijei
Agora de espinhos se voltou para mim...

Sempre que me olho ao espelho
Sinto me incompleto
A dúvida instala-se, será que alguma vez
Estive completo?

Sim... Não sou um fragmento...
Sou um todo, um completo Ser...
Então que me falta?
É aquela memória de saber que alguém nos ama?
É aquele sentimento de segurança quando me abraçava?
É simplesmente o amparo das minhas lágrimas que deixou de existir?

Por muito que custe olhar para o passado aprendo com ele.

Terei mudado assim tanto?
Por onde andará a minha alma?

domingo, 3 de outubro de 2010

Olá Bom Dia

Olá, dizia-te eu
Todos os dias ao amanhecer,
Olhava-te da varanda,
Todos os dias ao acordar.
Como estas, estou bem...

E tu, como tens voado?
Sempre de asas abertas
E de penas que não são nada mais
Que a tua almofada a noite
A tua protecção durante o dia...

Onde irás pousar hoje, não sei
Não quero pousar
Quero continuar a voar
Por entre as cidades
Por entre as vidas monótonas
Por todos os rios
E conhecer-me, conhecer-te melhor

É hoje que me irás trazer uma lembrança,
Veremos isso no teu sonho,
Onde todos mundos que visito,
Todas as memórias que tenho
Se tornam vivas
Onde sonhas me presente
E tu sabes que o estou...

Então, até amanhã, Talvez
Mais certo é eu esperar na varanda

E eu espero-te no céu...

Poema dedicado a todas as almas que já nos deixaram.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Oceano

Perdido entre as ondas do tempo
Mergulhado nas lágrimas da perda,
A nau é dispensada pelo porto seguro,
Por esse porto de abrigo
Que tantas vezes serviu para o apoio,
Para a coragem,
E para o amor.
O que lhe resta a nau,
É um mar repleto de medos,
Onde o seu maior receio
É não poder voltar...

Será uma viagem longa,
Nesse Oceano que ela chorou
Com as lágrimas de despedida

terça-feira, 20 de julho de 2010

Novo Porto de Abrigo

Por entre sombras,

Nasce o meu olhar,

Molhado pelo orvalho da manhã

Banhado pelas lágrimas da noite,

Nessa noite onde sonhei

Com um mar novo,

Um novo porto de abrigo

Onde o meu navio não pudesse apenas atracar

Mas sim repousar

Deixar de que a corrente o leva-se

Mas sim que se sentia-se seguro.

Por entre as estrelas vejo as constelações

Que em tantas noites me guiaram

Eu sabia que nelas poderia confiar...

Hoje atracado nesse porto,

Olho para as mesmas estrelas e digo,

"Olhai por mim,

Pois a partir de hoje o caminho que seguirei

Não será dito por vos

Muito menos escrito por mim

Será acompanhado pelo amanhecer,

O grande amanhecer."


sábado, 15 de maio de 2010

Define-me

Por entre lágrimas do tempo
A minha alma vagueia,
Entre as chuvas da noite
Que encharcam a minha alma,
De turbulências e pesadelos,
Acordo e dou comigo acorrentado,
Nesse banco maldito
Onde só consigo ouvir
As águas turvas de um rio vizinho
Onde só oiço as folhas
Dessas três árvores que me protegem
Num triângulo abençoado pela
Criatividade e pela imaginação,
Onde sou servo de sonhos
Onde sou escravo das letras
E marioneta do desejo.
Vivo no mundo da lua,
Onde os caminhos fui eu
Que os construí,
Sobrevivo no intenso nada,
Onde tudo que o mobila
Fui eu que criei,
Pena nas mãos e penas no coração
Escrevo o que alma deseja
Que se leia
O que os olhos não viram
Mas que o coração jamais esquecerá,
Como uma criança que em mim habita
E pula de alegria,
Assim vive a minha alma,
Que deseja ser descrita e definida.


No final dou por mim,
Cantando sozinho
Que vivo no meio termo,
Onde não sou tu, nem eu...

Sou o que sou.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Noite Triste, Alma Mãe, Sem Asa

Vejo o silêncio que a minha alma me envia
Acordo de um pesadelo mas continuo de olhos fechados
Pois de pesadelo tornou-se visão:
Vejo me a vaguer por entre arvores
O único choro que oiço não é o meu
Mas sim dessas árvores cumplices de noites de amargura.
Com tanta raiva minha já sofreram e peso perdão.
Esse vento que não sabe se lava a cara ou me a transfigura,
Essa brisa irmão que o acompanha
Quente, porem tenho frio nesta noite
Onde as minhas asas não se quebraram
Mas deixaram de existir.
Eternamente esquecido,
Lendário será o meu nome por entre essas criaturas da noite
Por eu ser mortal e me apaixonar por elas
Mesmo sabendo que teria perder o que mais amava.

Hoje, olho me e vejo me descalço a percorrer...
Teria sido mesmo "apenas" uma visão?

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Olá Madrinha

Com o nascer do Sol
Nasce também uma lágrima.
Ela, por ela, não existiria
Se não existisse esse sentimento,
Que não é perda
Nem felicidade
Nem nada, apenas é,
Um simples sentimento
Ao ver te partir
Ao ver te deitada,
A desapareceres entre cinzas
A voltares ao infinito,
Ao voltares para os braços
Da Natureza divina.
Um último olhar te deito
E vejo o teu rosto:
Sorris no momento da despedida
Enquanto todos choram,
Deixas filhos e família
Abraças todos em espírito
Em espírito me encontrarei contigo
No dia em que também
Regresserei ao braços da Natureza,
No dia em que voltarei a dizer
Olá Madrinha.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Novos Olhos, Novos Planetas

Nos teus olhos vi o encanto
De uma serpente tentadora,
O teu tacto foi diálogo
Que os nossos corpos fizeram.
A tua respiração é profunda
Como o sentimento por ti
Intenso incenso percorre a alma
De quem te vê
De quem te deseja voltar a ver,
Se te beijar terei o sonho no meu corpo
Se te desejar verei constelações
E por entre planetas te irei
Levar a viajar para mais tarde te olhar,
Beijar e sonhar
E ao teu lado, te voltar a abraçar.