Vejo o silêncio que a minha alma me envia
Acordo de um pesadelo mas continuo de olhos fechados
Pois de pesadelo tornou-se visão:
Vejo me a vaguer por entre arvores
O único choro que oiço não é o meu
Mas sim dessas árvores cumplices de noites de amargura.
Com tanta raiva minha já sofreram e peso perdão.
Esse vento que não sabe se lava a cara ou me a transfigura,
Essa brisa irmão que o acompanha
Quente, porem tenho frio nesta noite
Onde as minhas asas não se quebraram
Mas deixaram de existir.
Eternamente esquecido,
Lendário será o meu nome por entre essas criaturas da noite
Por eu ser mortal e me apaixonar por elas
Mesmo sabendo que teria perder o que mais amava.
Hoje, olho me e vejo me descalço a percorrer...
Teria sido mesmo "apenas" uma visão?
2 comentários:
O silencio da alma existe em nós porque o construimos.
Não há pior silencio que aquele que exigimos de nós mesmos e dos outros!
As árvores são importantes na nossa vida, trazem-nos o ar que nos inspira.
O choro delas também é necessário... porque só na dor da partida, sentimos o carinho da presença e a saudade.
Poderia ser diferente? Sim.
As arvores poderiam não chorar. Poderiamos voar em vez de estarmos no chão.
Mas aí tudo aquilo que será alcançado, não teria a mesma intensidade.
A raiva não existe no coração daqueles que amam, e o perdão não se pede... porque tens o melhor de ti que ficou por dar. Usa isso como forma de substituir o pedido de perdão.
A mortalidade e a paixão são companheiras da noite?
O que mais se ama, não se perde, nunca se perde, apenas se transforma.. em nós. E no melhor de nós.. em forma de dar e receber.
Mas para conseguir dar, temos de saber receber.
Receber o carinho nas noites frias, em que tudo parece perdido.
Receber uma palavra sincera..
Não são raras as vezes que bloqueamos o nosso coração com medo.
A tristeza apodera-se muitas vezes da nossa alegria, e perdemos sim o melhor que poderiamos ter, por acreditarmos que estar no chão, nos impedirá de ter asas e voar.
O sorriso, esse continua lá. Intacto.
será?
será o mesmo sorriso que existiu quando as arvores sorriam também?
As visoes costumam alertar-nos para a realidade.
Mesmo que tenha sido uma especie de visao.. está sempre no nosso poder transforma-la em realidade.
Sem medos. Sem reservas. Sem fechaduras.
Simplesmente apreciar a brisa das arvores.
O Carpe Diem.
Com carinho
ass: arvore em si cumplice; em si só; por ti perdida*
O meu corpo em mágoa desfalece.
Com sangue escrevo palavras,
Que explicam algumas lágrimas,
Desta noite que não adormece!
Mais uma noite,
lenta, como se o fim me observasse,
a penumbra seca e cortante,
adormece no meu peito,
entorpecendo o pensar mais elementar...
Palavras trémulas, gestos temerosos,
manchas nebulosas vagueiam...
Vultos, gritos, desilusões,
o carrocel do medo instala-se...
..em mim.
O silencio fere a alma. Fere me a mim.
Beijo com ternura.
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