sábado, 15 de maio de 2010

Define-me

Por entre lágrimas do tempo
A minha alma vagueia,
Entre as chuvas da noite
Que encharcam a minha alma,
De turbulências e pesadelos,
Acordo e dou comigo acorrentado,
Nesse banco maldito
Onde só consigo ouvir
As águas turvas de um rio vizinho
Onde só oiço as folhas
Dessas três árvores que me protegem
Num triângulo abençoado pela
Criatividade e pela imaginação,
Onde sou servo de sonhos
Onde sou escravo das letras
E marioneta do desejo.
Vivo no mundo da lua,
Onde os caminhos fui eu
Que os construí,
Sobrevivo no intenso nada,
Onde tudo que o mobila
Fui eu que criei,
Pena nas mãos e penas no coração
Escrevo o que alma deseja
Que se leia
O que os olhos não viram
Mas que o coração jamais esquecerá,
Como uma criança que em mim habita
E pula de alegria,
Assim vive a minha alma,
Que deseja ser descrita e definida.


No final dou por mim,
Cantando sozinho
Que vivo no meio termo,
Onde não sou tu, nem eu...

Sou o que sou.

2 comentários:

André Santos disse...

"O que sei, sei-o por mim, e sei lá bem como..." :)

Amaterasu, às vezes Aurora disse...

as três árvores frondosas transmitem a sensação de lar
a quem não se farta de deambular
pela cidade nua de sentimentos
parecem aguardar a chegada de dois vultos que se aconchegam nas palavras,nos sorrisos, nas historias que o outro tem para contar..
olham-se na escuridão da noite e não conseguem ver mais que o seu próprio reflexo pintado com traços difusos de algum artista sonhador mesmo sendo ele o negro e ela a cor..

:)